Parte do judiciário sequestrou o Estado!! E o pior é que tem gente batendo palmas para isso, seja por ingenuidade, ou por ódio político; sem levar em consideração a fragilidade de caráter de uma parcela considerável dos membros desse poder importante da República.
Nesta semana, alguns membros do judiciário, intitulados de "paladinos da moralidade", estão sendo desmascarados diante daqueles que o defendem.
O juiz do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, algoz de Sérgio Cabral, foi exposto em um escândalo inusitado, por receber auxílio moradia junto com a esposa, também membro do judiciário carioca. Ou seja, dois benefícios indênticos e incompatíveis.
Outro membro do judiciário envolvido em escândalo de recebimentos de provimentos indevidos, foi o juiz da Vara de Curitiba, Sérgio Moro. Foi veiculado hoje, na imprensa, que ele recebe auxílio moradia mesmo morando na cidade de Curitiba, onde trabalha, revelando um pouco da fragilidade moral daquele que vazou aúdios ilegais da Presidente Dilma e da Dona Marisa Letícia.
Como pode alguém que se diz paladino da moralidade pública, receber auxílio moradia de mais de R$4.300,00, num país em que a população vive em situação precária, e que o salário de professor e de policial não chega ao valor do auxílio-moradia indevidamente pago ao judiciário?
Precisamos entender uma coisa: por mais sacana que seja a classe política, ela é chancelada pelo povo. Sem voto, o político não ganha eleição. De uma maneira ou de outra, ele precisa dar satisfação ao povo. A cada quatro anos ele precisa ir bater na porta do eleitor para pedir o voto, e quando chega ao poder, de uma maneira ou de outra, precisa conciliar os interesses do poder econômico com o da população em geral. Juiz não precisa dar satisfação ao povo. Ele decide muitas vezes, conforme o seu interesse de classe e suas convicções.
Quando damos poderes a uma aristocracia que não depende do voto popular, corroboramos com a violação de direitos básicos das populações mais fragilizadas e a ampliação de privilégios de determinados grupos que se sentem acima dos céus.
Profº. Wagner Aragão Teles.
Especialista em História Econômica e Social do Brasil.
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